sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Auto-responsabilidade


Vou começar a falar sobre essa atitude com um texto de Sogyal Rinpoche que está no livro "O livro tibetano do viver e do morrer". Chama-se “Autobiografia em cinco capítulos”...

I
Ando pela rua . Há um buraco profundo na calçada .
Eu caio nele.
Estou perdido... sem esperança. Não é minha culpa.
Levo muito tempo para encontrar a saída.

II
Ando pela mesma rua. Há um buraco profundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é minha culpa.
Ainda assim levo um tempão para sair.

III
Ando pela mesma rua. Há um buraco profundo na calçada.
Vejo que ele ali está
Ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem.
Sei onde estou
É minha RESPONSABILIDADE.
Saio imediatamente.

IV
Ando pela mesma rua. Há um buraco profundo na calçada.
Dou a volta.

V
Ando por outra rua.


Quantas e quantas vezes nos sentimos vítimas da vida, das pessoas, das situações? Gastamos tempo explicando de quem é a culpa por não conseguirmos realizar o que queremos. Sentimos dó de nós mesmos por não ter como resolver as coisas ou mesmo raiva dos outros por supostamente nos impedir de algum modo. Apesar destas atitudes nos fazerem sofrer elas nos são cômodas. Contém o famoso “Ganho secundário”.

“Eu seria feliz se meu marido... se minha esposa... se meus filhos... se tivesse isso ou aquilo... se conseguisse pagar minhas contas... se meus pais... se... se...” E com isso vamos vivendo a ilusão de que a responsabilidade não é exclusivamente nossa.

Ninguém muda ninguém, essa é uma verdade. Só podemos mudar a nós mesmos. Nós somos os agentes de mudança de nossas vidas. É certo que existem situações que dependem de outras pessoas, mas se não podemos mudar a pessoa, a situação, podemos ao menos mudar a forma que vemos essa pessoa e esta situação. Não se trata de mudar o ponto de vista e sim a vista do ponto.

Vale lembrar que na maioria das vezes aquilo que nos incomoda nos outros é uma projeção que fazemos daquilo que nos incomoda em nós mesmos e escondemos para não ter que lidar com isso. Com consciência de nós mesmos não será difícil ver que , em geral, fazemos exatamente o que criticamos nos outros.

Assumir a responsabilidade da sua vida implica em saber diferenciar o que é seu e o que é do outro e agir de acordo com isso. É ser assertivo (no sentido de asserção social). Para quem quiser saber mais sobre o assunto leia os livros “Seja assertivo” de Vera Martins e também um outro que tem o título e não me lembro agora o autor “Comportamento assertivo”. Mas não fique apenas na leitura, PRATIQUE!

Saia do vício de reclamar e de se perguntar porque a vida é assim, porque acontece essas coisas com você, porque as pessoas isso ou aquilo?

Assuma a responsabilidade pelos seus sucessos e também pelos seus fracassos. E despreocupe-se porque fracasso é só um caminho que não deu certo! Persista. Seja determinado!

A vida é dura, mas é doce também. É linda, mas é feia também. É tudo junto e como disse Jung “Eu prefiro ser pleno a ser bom”.

Abrace a dualidade e assuma que você é o único responsável pela realidade que cria em sua vida.

E alguém pode me dizer: Keli, as coisas não são assim... A vida impõe coisas que me deixam arrasado e sem ter o que fazer! E eu respondo que você tem razão e que a gente tem que aceitar o que a vida impõe e fazer limonada com o limão que ela nos dá.

Para estes momentos gosto da oração da serenidade:

Deus,

Da-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,

Coragem para mudar as coisas que posso,

Sabedoria para que eu saiba a diferença entre os dois.

Vou sugerir que leia o livro “Como assumir sua vida.” O autor é direto e fala exatamente sobre assuntos que nos fazem refletir. Ele tem um frase que teve forte impacto em mim, é bem forte e verdadeira: “Se você quer uma mão que o ajude olhe para o final do seu braço”.

A vida é curta... Então curta a vida!
Seja uma pessoa séria, mas cheia de bom humor e alegria.
Escolha fazer as pazes com a vida. Faça suas escolhas e assuma responsabilidade por elas.

Se você vive de mau humor recomendo seguir o blog da Sofia Bauer e ler os artigos sobre o assunto: sofiabauerpsiquiatria.blogspot.com

Por hoje é só. Aguardo seus comentários e sou grata por poder compartilhar essas idéias com vocês!

Abraços

Keli Soares

3 comentários:

  1. Leitura do dia!
    Como é bom estar de férias e ler você... Bom dia!

    ResponderExcluir
  2. Olá Keli...
    Fala verdade: esse texto foi pra mim?? Precisava ouvir essas palavras hoje.
    Saudades!!

    ResponderExcluir
  3. Livia, foi pra você, pra mim, pra Lorena e pra todos nós! Mas que bom que escrevi as palavras que precisava ouvir! Isto me motiva a continuar! Hoje vou postar mais um sobre auto-afirmação, ta?
    Bjao... Saudades também!

    ResponderExcluir