Pagamos um preço muito alto pelas facilidades e progressos da
vida moderna. A tecnologia traz avanços
em todos os setores, mas também um retrocesso nas relações, na forma de cuidar
de nós mesmos e do nosso planeta.
Estamos 100% conectados através da internet e cada vez mais
desconectados da nossa essência, de nós mesmos e entre nós. Temos tecnologia
para evitar as pragas na agricultura, mas estamos envenenando nossas terras e
com isto matando os polinizadores em massa, principalmente as abelhas que são
responsáveis por 70% dos nossos alimentos.
Estamos poluindo o ar, os rios e cada vez mais fazendo mais
lixo. Pensamos que jogamos fora o lixo, mas se você desenvolve uma consciência
sistêmica, entenderá que no que diz respeito ao planeta, não temos como jogar
fora, jogamos tudo dentro.
E fazemos exatamente o mesmo com nosso corpo. Temos
facilidade para comprar comida com rapidez, mas a comida está nos envenenando a
cada dia. Nos entupimos de refrigerantes, inflamamos nossas células com abuso
de açúcares, intoxicamos nosso corpo praticamente em cada refeição. As crianças
praticamente não comem mais alimentos frescos, não brincam mais como antes,
ficam presas aos jogos de computador, i phone, i pad, etc. Não brincam, não
comem, não dormem, não se exercitam bem... Estão com as agendas cheias e sem
tempo para viver a vida de maneira feliz. Seguem nossos passos.
Trocamos o encontro, as conversas, o abraço afetuoso por um
like nas redes sociais...
Conseguimos aumentar o poder aquisitivo, mas adotamos um
modelo de vida que está acabando com a nossa saúde mental, emocional, física e
espiritual.
A depressão ocupa atualmente o quarto lugar entre as doenças
que afastam as pessoas da capacidade produtiva. Segundo a OMS em 2020 será a
segunda do ranking e em 2030 a previsão é de que será a primeira.
Estamos vivendo uma inversão de valores. Primeiro fazemos o
urgente, depois o importante e se houver tempo fazemos o essencial que está
sendo em sua maioria ignorado.
Não temos mais tempo para a família, não precisamos nos
exercitar nem mesmo para abrir a garagem de casa, ligar a TV. Não dormimos o
suficiente, não descansamos e cada vez mais nos afastamos dos relacionamentos
saudáveis.
Buscamos ganhar mais dinheiro para que possamos estar seguros
se ficarmos doentes. Estamos tomando nossas decisões baseados no medo, na
falta, na escassez.
Nunca estivemos tão conectados e desconectados desta maneira.
Como podemos pensarmos que o progresso de uma cidade pode
justificar o corte de 300 árvores em um parque tombado, para ter espaço para
shows e festas? Onde estamos com a cabeça? Se não tivermos ar puro para
respirar, o que adiantará ter dinheiro?
Preste atenção à frase:
“Se quer saber para onde está indo, descubra do que está
fugindo”.
Com medo de envelhecer, ficar pobre, sozinho(a), adoecer, ser
rejeitado, com medo de morrer, estamos nos matando com a vida que estamos
levando e com o que estamos ensinando às nossas crianças.
Este manifesto é um chamado, um alerta e um convite à
transformação individual e coletiva... Um
convite para que juntos, cada um fazendo a sua parte, possamos transformar esta
realidade e fazer a revolução da felicidade.
Mas o que realmente significa isto?
A revolução da felicidade traz a paz dentro dela. O
reencontro com o que realmente tem significado e dá sentido às nossas vidas. Uma
mudança de mentalidade que vai trazer bem estar, saúde e felicidade, uma
mudança de paradigma.
Não é fácil mudar individualmente, ainda mais difícil coletivamente.
Lembre-se que DIFICIL É APENAS O QUE EXIGE MAIOR ESFORÇO.
PODEMOS TORNAR O QUE PARECE IMPOSSÍVEL, POSSÍVEL!
Este tipo de transformação demanda tempo, esforço, persistência,
dedicação. Focar no que funciona, apreciar o belo, fazer luz a cada ação.
É como mudar a cultura de uma empresa. No universo empresa,
as pesquisas indicam que para que possam considerar que a cultura foi mudada, seja
ela qual for, só depois de 5 anos praticando os mesmos hábitos inerentes ao que
queriam desenvolver.
Para a revolução da felicidade também vamos precisar de
tempo. Uma mudança para que seja duradoura precisa ser gradual e continua.
Então precisamos começar agora. Como disse Aristóteles: “A repetição é a mãe da
sabedoria”. Precisamos definir que comportamentos são saudáveis e repeti-los até
que se tornem hábitos... “Somos o que repetidamente fazemos, portanto a excelência
não é um feito e sim um hábito”, diz o mesmo filósofo.
Há um provérbio chinês que diz:
“O melhor momento para se plantar uma árvore foi a 15 anos, o
segundo melhor momento é agora”.
Já deveríamos ter mudado, mas se o único momento que temos, é
agora, mãos à obra! Vamos lá!
O mundo está um caos e precisamos de todos porque é uma
mudança desafiadora e precisa acontecer de maneira coletiva.
Mas como fazer isto?
“Para andar três mil quilômetros precisamos dar o primeiro
passo”, verdade?
Eu sozinha não posso mudar o mundo, mas posso me tornar a
mudança que quero ver no mundo, como sugeriu Gandhi.
Se eu mudo a forma de ver, de viver a vida, serei capaz de
ensinar as pessoas, de inspirá-las a mudar também, a partir do meu exemplo,
usando meu comportamento como método de ensino.
“As palavras convencem, mas os exemplos arrastam”.
Podemos fazer uma corrente do bem, espalhando as boas
práticas a cada respiração, a cada encontro, a cada passo que damos, criando
novas oportunidades de multiplicação do conhecimento de como fazer a revolução
da felicidade.
Nesta revolução resgatamos em nós, em nossa família, na
comunidade onde vivemos o que é essencial,
damos prioridade a isto, depois fazemos o que é importante e por último o que é
urgente.
E o que é essencial?
Ser feliz, ter saúde, alimentar-se bem, dormir bem, cultivar a espiritualidade, fazer exercícios físicos regularmente, trabalhar
com aquilo que gosta e ser responsável por realizar seus objetivos e sonhos, ganhar
dinheiro, compartilhar a prosperidade, fazer a corrente do bem, cultivar
relacionamentos saudáveis, estar com a família, abraçar, tornar visível seu
amor, viajar, aprender...
O que mais te faria feliz?
E como conseguir isto nesta vida moderna, nesta corrida
desenfreada?
Existe uma teoria que diz que a mudança acontece em quatro
passos:
1-
Conhecimento
– Você precisa saber o que precisa ser mudado. Quais hábitos você precisa mudar
em sua vida para se sentir mais saudável, mais feliz? Como estender isto à sua família,
à sua comunidade?
2-
Reflexão
– Como pode ir mudando estes comportamentos aos poucos, introduzindo pequenas
mudanças a cada dia? Como pode aplicar estes conhecimentos em sua prática diária? Sem a reflexão, a mudança pode ser adiada.
3-
Aplicação do conhecimento – Você decide o que
vai mudar, faz seu plano de ação e começa a executa-lo. Se você resolve começar
pela alimentação, por exemplo, pode definir que no primeiro mês vai aumentar o
consumo de frutas e verduras na sua casa e diminuir o consumo de refrigerantes.
Isto já vai trazer mudanças significativas na sua saúde e na saúde da sua família.
Pouco a pouco, de dois em dois novos hábitos por mês, vá transformando seu
mundo para melhor.
4-
Mudança – A medida que vai repetindo estes
novos comportamentos, dê tempo para que a mudança aconteça. Nosso cérebro vai
gravando esta nova circuitaria neuronal e após 21 dias de repetição até 2 meses
você já terá instalado o novo hábito e não precisará mais se esforçar para ter
o comportamento saudável, estará no piloto automático.
Para te ajudar a conhecer a si mesmo (a) e entender o que
precisa fazer, responda às perguntas:
O que é importante para mim?
O que eu realmente quero?
Qual é o meu propósito de vida?
Como posso me fazer mais feliz?
O que me falta e o que eu já tenho e que pode me ajudar?
Como posso mudar meu ambiente de maneira que facilite as mudanças
para mim e minha família?
Por quais mudanças devo começar?
Evite deixar a mudança para um tempo depois porque o único
momento que temos é agora!
Quais mudanças preciso fazer em mim mesmo, nos hábitos da família, no trabalho?
Quais habilidades desenvolver, que talentos compartilhar e
treinar?
Como aplicar estes conhecimentos em minha vida?
Qual é o passo-a- passo?
Quais rituais criar?
Como fazer meu plano de ação para mudar?
Tudo que precisa está dentro de você. Faça a pergunta certa e
a resposta certa virá!
Imagine o que acontecerá se cada um de nós resgatar os hábitos
saudáveis de nossos avós e aplica-los em nossas vidas e de nossas famílias...
Quais mudanças positivas teríamos?
Dê vazão à sua imaginação e imagine que você mudou sua vida
para melhor, influenciou pessoas ao seu redor, criou uma corrente do bem e o
efeito bola de neve aconteceu positiva e automaticamente...
Imagine que estamos em 2021...
Temos mais longevidade, somos mais saudáveis e mais felizes
do que éramos no passado. Pudemos
resgatar nosso passado positivo a tempo, os costumes de nossos avós, agregar conhecimentos e experiências do
presente e criar um futuro promissor, em um mundo com paz, harmonia, saúde,
amor e êxito para todos nós.
Em nosso novo mundo, estamos conectados com nossa essência e
entendemos que não somos - nós E a natureza - e sim que - NÓS SOMOS A NATUREZA e as crianças
voltaram a aprender desde pequenas a
honrar a mãe terra, a honrar a si mesmas
e suas famílias.
Nós adultos criamos hábitos saudáveis e os introduzimos pouco
a pouco em nossas vidas, desenvolvendo nossos cérebros para cultivar o
importante, a saúde, a felicidade, a comunhão e o bem estar. Seguimos treinando
todos os dias, porque os hábitos para serem mantidos, precisam da repetição, das
rotinas.
Estamos conectados com o que realmente é importante e
deixamos de contaminar nossa terra com pesticidas, mesmo que o solo vá demorar
um pouco mais para se desintoxicar, com 5 anos sem pesticidas, já temos grandes
chances de que as abelhas continuem entre nós, polinizando nossas flores e
tornando possível nossos alimentos.
Não permitimos mais o corte de árvores como no passado,
entendemos que elas são o pulmão do nosso planeta, já estamos cuidando do ar e
da nossa água com mais amor e respeito.
Neste novo mundo, voltamos às nossas raízes e confiamos nas pessoas, usamos a tecnologia de
maneira equilibrada e jamais substituímos uma boa conversa por qualquer tipo de
aparelho. Temos em casa nossa horta, onde colhemos as verduras e legumes frescos
e alguns têm o privilégio de ter um pomar no quintal.
Mesmo aqueles que moram em grandes centros, deixaram de lado
a “junk food” e escolhem alimentos frescos e saudáveis.
Os supermercados já não oferecem mais comida-lixo porque as
pessoas se interessam apenas pelo que realmente nutre o corpo e traz
longevidade.
As empresas que não respeitavam o meio ambiente estão se
remodelando e mudando suas formas de atuar e aquelas que insistiram no
desrespeito, fecharam ou estão fechando agora suas portas.
As crianças deixaram os i pads, celulares, vídeo games e
estão aprendendo a plantar, a brincar de roda, de carrinho, de boneca, de
queimada, esconde-esconde, aprendem a importância de
reciclar, reutilizar, reduzir e por isto fazem seus próprios brinquedos, o que
é considerado um luxo... Elas criam novas
brincadeiras que unem a vida moderna aos bons costumes resgatados.
As pessoas fazem exercícios físicos, sorriem mais, se abraçam
mais, se divertem mais juntas, e a
violência diminui consideravelmente a cada dia.
Entendemos que SOMOS TODOS UM e fizemos a revolução da
felicidade, nosso PIB (Produto Interno Bruto) se transformou como no Butão em
FIB (Felicidade Interna Bruta) e agora medimos nosso sucesso e progresso a
partir da saúde, bem estar, cooperação e felicidade de cada um e de todos.
Neste mundo novo, adotamos a prática diária da meditação,
ioga, tai chi chuã, orações e aprendemos a fazer novas circuitarias neuronais
que geram vontade nas pessoas de fazer o bem, praticar a gentileza e criar
riquezas para todos.
Estamos sempre envolvidos em criar a corrente do bem. Descobrimos que a nossa felicidade está
diretamente ligada ao quanto podemos fazer o outro feliz.
Vencemos a procrastinação, o egoísmo, a vaidade... Estamos erradicando por completo a depressão,
o pânico, as ansiedades patológicas, as ites, oses das enfermidades e criando saúde e vitalidade.
A educação está seguindo um novo modelo, onde as crianças
aprendem sobre as emoções, sobre como descobrir seu proposito, exercitar seus
dons, aprendem a arte de ser feliz e seguir a receita de longevidade:
1-
Alimentação
Saudável.
2-
Sono
adequado.
3-
Meditação.
4-
Exercícios
físicos regulares.
5-
A
importância do toque, dos relacionamentos, do carinho e do amor, de fazer o
bem.
E todos, praticamos a
receita como hábitos em nossas vidas. Saímos das inúmeras “ites” – artrites,
sinusites, otites, etc. para as “ades” vitalidade, prosperidade, felicidade,
amorosidade, etc. Conseguimos evoluir e entender qual é o verdadeiro propósito
da vida.
No novo mundo, as crianças são educadas, não para a corrida
desenfreada, para serem competidores e ganhar muito dinheiro e serem melhores
que os outros. Elas são educadas no modelo de felicidade no qual descobrem seus
dons e talentos e aprendem a encontrar significado em suas vidas, fazendo o que
gostam e sendo uteis, fazendo o bem, cooperando e contribuindo para a
construção de um mundo cada vez melhor em todos os sentidos. Aprendem a
valorizar o prazer do momento presente, levando em consideração os benefícios
futuros e a tomar as decisões baseando-se neste critério tão simples e tão
eficaz:
É bom agora e também traz benefícios no futuro para mim e
para todos?
As cidades têm praças e parques para que as pessoas possam
estar em contato com a natureza, as pessoas caminham juntas. Existem academias
ao ar livre. Existem ciclovias e
bicicletas espalhadas para que todos possam usar os carros o quanto menos e
caminhar mais, fazer exercícios físicos com mais regularidade.
Existem projetos na comunidade cultivando ideias para
perpetuar o modelo de felicidade para as gerações futuras. As escolas ensinam
psicologia positiva em todas as séries. A medicina fez uma total revolução e trabalha
sem exceções entre os profissionais da saúde com conexão mente e corpo. Vivemos
a era III da medicina e as pesquisas indicam que realmente somos mais longevos.
Não se trata de buscar o mundo perfeito, o que precisamos é
FAZER A MUDANÇA AGORA, podemos ser “bons o suficiente” e assumir nossa
responsabilidade em construir nossa história de sucesso!
Convido a todos, cada um a sua maneira, a dar seu primeiro
passo para a revolução da felicidade, para tornarmos o mundo melhor.
Comece aos poucos criando pequenos rituais de mudança,
escolha dois rituais por mês... E vá em frente até transformar a sua cultura, a
cultura da sua família, da sua comunidade, de maneira que todos possam viver com
mais significado, bem estar e felicidade.
“Se não você, quem?
Se não agora, quando?”
Juntos somos muito mais!
Keli Soares