segunda-feira, 20 de setembro de 2010
PORTAS ABERTAS
Hoje eu quero espalhar ALEGRIA... Distribuir sorrisos!
Alegria faz bem a saúde!
Deixar o velho para trás e abrir-se para novas possibilidades! Este é um projeto mais do que interessante, não é?
Enxergar as portas abertas, observar, ler os pequenos sinais e deixar o belo e o bom entrar...
Você já viu alguma vez um rio reclamar porque caiu em forma de cachoeira? Não... A queda se transforma em beleza e mais beleza refrescante...
Você já viu uma árvore maldizer a vida porque suas folhas caíram? Isso é necessário para que ela se renove...
Então... Somos parte da natureza... Nós somos a natureza!
Vamos confiar nos caminhos saudáveis que a vida nos apresenta?
Como disse a Camila em seu blog (vale a pena conferir http://ericksonianamente.blogspot.com) “O desapego é o pai das possibilidades”...
Desapegue-se do passado e permita-se criar um presente cheio de amor e alegria.
Dê um abraço em quem ama, faça contato com a natureza, fale palavras positivas, faça uma oração e acredite... Muita coisa pode acontecer.
Amanhã é o dia da árvore e para elas minha reverência , pedido de desculpas, profundo respeito e agradecimento!
Um grande abraço e meu sorriso!
Keli
sábado, 18 de setembro de 2010
COISAS DA VIDA...
Quando eu tinha 4 anos quebrei o nariz. Minha mãe tinha permitido que eu tomasse banho sozinha pela primeira vez... Eu estava radiante... Poxa, vou tomar banho sozinha! Entrei no banheiro, tranquei a porta, liguei o chuveiro e estava me ensaboando, quando lembrei da pasta de dente... Adorava comer creme dental... Minha mãe sabia que eu gostava e colocava em um lugar que o acesso não era fácil, em um compartimento em cima do box do chuveiro. Olhei para cima e vi o tubinho. Saí do chuveiro toda ensaboada e subi no bidê para pegar a pasta e POW... Cai com tudo de nariz no chão...
Não me lembro da dor, mas lembro-me do meu grito... Em um segundo meus pais e irmãos já estavam na porta do banheiro batendo para eu abrir... Não me lembro como consegui, mas abri a porta... Meu pai me levou para o hospital, fiz radiografia e tinha amassado as cartilagens do nariz. Meu rosto ficou preto. Na época, eu morava em uma cidade chamada Socorro no interior de São Paulo e ia ter uma festa na cidade, eu estava animadíssima, mas com o que aconteceu eu não ia poder mais curtir a festa como queria... Mesmo assim meu pai me levou, comprou pra mim um balão daqueles que tinham gás Helio... Andando pela praça com meu balão, sem querer ele se soltou... Lembro perfeitamente do balão subindo ao céu... Que dor... No nariz e no coração... Mas hoje lembro do que aconteceu como uma metáfora de vida... Quando uma coisa ruim acontece a gente tem que aproveitar para aprender e deixá-la ir... Sem ficar agarrado a ela...
Seria muito bom se tudo acontecesse como queríamos, mas as coisas não acontecem assim. Pode acontecer de uma maneira ainda melhor do que estávamos esperando, mas pode acontecer o contrário. O que vai definir a situação não é o que aconteceu em si e sim como vamos enxergar o ocorrido. Tudo tem seu lado positivo e negativo e precisamos aprender de verdade a ver os dois lados no momento em que estão acontecendo. Tem uma história boa que ilustra exatamente o que quero dizer:
Em uma fazenda em um tempo muito distante, havia um cavalo considerado pelo proprietário como o melhor. Um dia o cavalo sumiu, procuraram incansavelmente e não encontraram e um trabalhador veio falar com o fazendeiro:
- Nossa que coisa horrível que aconteceu, agora com o sumiço do cavalo o senhor está com sérios problemas, estamos perdidos!
O fazendeiro, muito sábio, respondeu: Com relação a isso, se é bom ou ruim, não sei...
O trabalhador ficou indignado, como ele não vê o quanto isso é ruim, meu Deus?
Passadas algumas semanas o cavalo retornou com um bando de cavalos selvagens, sem dono e ao invés de um agora o fazendeiro podia contar com 8 cavalos. O mesmo trabalhador foi conversar com o fazendeiro:
- Agora entendo o que o senhor disse quando o cavalo sumiu. O senhor tinha razão, que coisa boa, que maravilha, agora estamos mais do que bem...
E o fazendeiro respondeu: Com relação a isso, se é bom ou ruim, não sei...O trabalhador ficou muito confuso, como podia o fazendeiro pensar que não seria bom ter agora oito cavalos para ajudar nos trabalhos da fazenda???
Após alguns meses o filho do fazendeiro pegou um dos novos cavalos e foi dar uma cavalgada e caiu quebrando as duas pernas.
O trabalhador foi depressa falar com o fazendeiro:
- Ah... Agora entendi... Muito triste o que aconteceu com seu filho, ele vai ter que ficar muitos meses sem poder andar e isso realmente foi horrível!
E o fazendeiro respondeu: Com relação a isso, se é bom ou ruim, não sei...
O trabalhador ainda não entendia seu empregador: - O filho dele quebrou as duas pernas como ele pode falar isso?
Dois meses depois uma guerra estourou no país. Alistaram todos os jovens da região e o filho do fazendeiro não foi alistado por estar em recuperação por causa das pernas quebradas.
O trabalhador saiu correndo e foi ter com o fazendeiro: - Que maravilha senhor, seu filho foi poupado da guerra por estar com as pernas quebradas....
E o fazendeiro respondeu: Com relação a isso, se é bom ou ruim, não sei...
Frente ao que a vida nos impõe é importante ter tolerância, compreensão, aceitar e saber que a única certeza que temos é que ocorrerão mudanças... E é claro procurar aproveitar as coisas boas de cada situação. Tudo o que nos acontece serve para nosso aprimoramento, para nosso amadurecimento. Não podemos fugir dos sentimentos que advém de uma situação que parece ser ruim. Viver o luto de uma perda, a dor de um erro, a tristeza de uma decepção... Vamos sentir e deixar ir, sabendo que muita coisa pode acontecer... Nada é estático e os acontecimentos de nossa vida nos trazem oportunidades de ver as mesmas situações de maneiras novas. Li em algum lugar que
“O fundo do poço é a porta de entrada dos deuses”. Quando estamos lá no fundo podemos dar um grande impulso para subir, para crescer, para nos desenvolver...
Quando eu era adolescente assisti um filme muito chato, o filme só tinha pessoas boas, não havia conspiração, não havia traição, inveja, maledicência, não havia tramas, todos se davam bem, viviam em harmonia e eu fiquei lá esperando que algo acontecesse e nada... O filme acabou e todos viveram felizes para sempre. Lembro de comentar com minha mãe sobre isso e ela me dizer que isto não era possível neste mundo, no grau de evolução em que a humanidade se encontra, e é verdade! As coisas ruins estão aí para nos ajudar a ter com o que comparar e para nos fazer valorizar as coisas boas.
Milton Erickson disse que os problemas são como fibras para a nossa vida. Precisamos destes eventos para nos tornar fortes, maduros... Os erros nos ensinam o que não fazer para que possamos fazer certo...
Eu sei... Algumas coisas doem demais... E acabamos por cair na tentação de julgar as pessoas que contribuíram para o mal, mas todos nós estamos aqui para evoluir, até aqueles que ainda estão mais inconscientes... Jesus sabia mesmo das coisas e disse que “é mais fácil ressuscitar alguém que morreu do que perdoar”... Perdoar a si mesmo e aos outros é um desafio, mas precisamos nos esforçar porque não é inteligente guardar raiva..
Então para todos aqueles que foram alvo de injustiças, maledicências, ou que se sentem decepcionados, magoados : “Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima...”
Tudo na vida é passageiro... (Menos cobrador e motorista, Rrrsss)... Tudo passa...
E pra finalizar este artigo vou usar um pedacinho da música do J. Quest:
DIAS MELHORES VIRÃO....
Abraços
Keli
domingo, 12 de setembro de 2010
CUIDANDO DOS PENSAMENTOS E DAS EMOÇÕES
Eu sou adepta a política do ganha-ganha. Acredito que o Universo tem recursos para todos e há lugar para todos experimentarem seus talentos, prosperar e todos nós temos direito a um lugar ao sol. Acredito também que o propósito de cada um de nós seja servir e contribuir para um mundo melhor. Sei que alguns vão considerar estas palavras românticas demais, mas não me importo, é exatamente assim que penso. Não estou dizendo que não sinto inveja, pois sinto e reconheço que sinto e busco transformá-la em admiração e pra ficar ainda melhor uso a PNL (Programação Neurolinguística) para modelar o comportamento da pessoa e incorporar em meu comportamento o que ela tem de bom... A gente precisa aprender a aprender com o outro... Vamos lá, estamos aqui neste mundo para evoluir e aprendermos uns com os outros!
Deveria existir na escola uma disciplina que tratasse da inteligência emocional. Que nos ensinasse desde pequenos a lidar com as emoções. Em essência nenhuma emoção é ruim se soubermos entender sua mensagem. Mas aprendemos que ao sentir algumas emoções nos tornamos pessoas ruins e então evitamos ao máximo senti-las e quando as sentimos, negamos pra nós mesmos, nos sentimos culpados. Ao bloquear uma emoção que consideramos negativa, também bloqueamos as outras. Se resistimos, a vida vai continuar nos oferecendo oportunidades de sentir, até que tenhamos coragem de enfrentart: Bom dia raiva! Bom dia medo! Bom dia tristeza! Se continuamos a negar vamos ter que dizer logo depois: Bom dia angústia! Todos nós sentimos todas as emoções, é inevitável... E a inabilidade para lidar com elas nos causa dor, desconforto, mal estar e muitas doenças.
A mensagem da raiva é que algo fora de nós não está de acordo com o que queremos. Em seu aspecto positivo nos dá energia para nos defender, defender quem amamos, pode nos fazer inclusive ir em busca de uma situação melhor. Lembro-me daquele filme clássico “E o vento levou” em que Scarlet O’hara ao chegar em sua fazenda destruída abaixa-se , pega um punhado de terra, levanta aos céus e diz: “Jamais passarei fome”... Este é um exemplo claro de raiva bem canalizada. Ela realmente não passou fome mais e se reergueu como Phoenix das cinzas.
Pra inveja eu gosto de usar a teoria da Leitura corporal que brinca com a palavra IN VEJA... Se você está cobiçando o que vê no outro é porque tem potencial para consegui-lo. IN em inglês significa dentro e portanto VEJA IN veja dentro de você que você pode aquilo que está desejando. Ao invés de olhar para fora olhe para dentro, os recursos estão lá.
A tristeza nos deixa introspectivos, nos diz que algo dentro de nós não está de acordo com nossa natureza. Que é preciso fazer um exame interno do que precisa ser modificado, o que precisamos deixar morrer, deixar ir para que o melhor em nós desperte. Já que você está aí dentro mesmo, ao invés de olhar só para a escuridão veja as estrelas também... Nos diz que mesmo estando nublado ou escuro por dentro, o sol continua lá. É um convite para que deixemos nosso sol brilhar!!!
O medo em sua essência é protetor, mas em volume alto nos paralisa. Precisamos apenas aprender a diferenciar o medo real do medo irreal. Vou usar um exemplo que li uma vez: “Um homem está andando pela rua e quando olha para cima tem um piano caindo do alto de um prédio. Este é um medo real, há um perigo real, ele tem que fugir para se proteger. O medo torna-se irreal quando o homem a partir de então passa a andar pelas ruas com medo de que um piano caia sobre sua cabeça”. Ao diferenciar o que é real e o que não é somos capazes de enfrentar este dragão que nada mais é do que um ratinho quando o encaramos de frente. Tem um livro bacana que fala disso, chama-se "O cavaleiro preso na armadura".
Todos temos inteligência emocional, uns mais desenvolvida outros menos. Podemos aprender a identificar nossas emoções no momento em que as estamos sentindo, podemos nomeá-las, identificar como estão se expressando em nosso corpo, acolhe-las, entender sua mensagem e utilizar essa energia positivamente, canalizando-as de maneira produtiva, usando a mensagem de maneira adequada.
A vida nos apresenta várias situações que nos ajudam a desenvolver esta inteligência. Precisamos apenas estar dispostos a desenvolvê-la, a nos dar a chance de ter uma vida mais saudável. Sim, porque quanto mais aprendemos a cuidar das nossas emoções mais cultivamos saúde e nos afastamos das doenças.
A teoria cognitiva propõe que pensamento gera um sentimento que gera um comportamento e isto faz muito sentido. Penso que os sentimentos são pensamentos em movimento no corpo. Identificando nossos pensamentos podemos cuidar melhor das nossas emoções.
Daniel Amen em seu livro “Transforme seu cérebro, transforme sua vida” propõe uma teoria muito interessante para lidarmos com os pensamentos negativos que geram emoções tóxicas.
ANT (Automatic Negative Thoughts) em inglês significa FORMIGA, traduzido para nossa língua pensamentos-formiga são estes pensamentos negativos automáticos que geralmente não temos consciência e acreditamos neles como se fossem verdade.
Ele usa uma metáfora interessante: imagine que você está em piquenique e deixa um sanduíche na toalha bem arrumada no gramado. Você se distrai e muitas formigas atacam o sanduíche... Sem perceber você o pega e as formigas sobem pela sua mão e começam a te picar. É muito mais difícil afastar um montão de formigas. Agora se estiver atento você vai perceber e no momento que uma formiga subir você já a tira, fica muito mais fácil... É a mesma coisa com nossos pensamentos. Se estiver atento vai perceber e será capaz de pensar mais positivamente...
E me lembro agora de outra metáfora boa: “Não é possível impedir que urubus sobrevoem as nossas cabeças, mas impedir que façam ninhos em nossos cabelos, nós podemos”.
Mas voltando às formigas de Daniel Amen, ele propõe alguns tipos destes pensamentos- formiga que tornam mais fácil a nossa auto-observação e mudança:
1- Generalização: Tirar uma conclusão generalizada com base em um evento singular ou com parte de uma evidência. Se acontece uma coisa ruim você pensa que sempre vai acontecer. Quando estiver utilizando as palavras “sempre e nunca”atenção porque pode ser uma formiga. Ex: Eu sempre esqueço isso! Ele sempre faz dessa maneira! Eu nunca consigo aquilo outro! E por aí vai...
2- Negativismo: Concentrar-se sempre no aspecto negativo da questão, sem levar em consideração os pontos positivos. Tem uma frase do Milton Erickson que se encaixa perfeitamente aqui: “Quando você olha para um jardim, você pode olhar para as flores ou para as ervas daninhas” e com toda admiração e respeito eu acrescento: Você pode olhar para as flores, para as ervas daninhas e escolher em qual fixar sua visão, mas lembre-se de tirar as ervas daninhas para que as flores possam crescer lindas e saudáveis...
3- Pensar tudo ou nada, oito ou oitenta: Quando você fica rígido pensando que tem que ser preto ou branco, certo ou errado, bom ou ruim. Quando está nos extremos é hora de ver que existe uma ponte entre os dois. Atravesse a ponte. Experimente outras cores, outras possibilidades, alternativas...
4- Personalização: Quando você se responsabiliza por um evento do qual não tem responsabilidade ou quando você pensa que o que as pessoas estão conversando diz respeito a você ou de alguma forma relacionado a você. Ex: Todo dia você reza o terço e um dia você não o faz e alguém querido é assaltado, você se culpa pensando que foi porque não rezou o terço naquele dia. Outro exemplo: Tem duas pessoas conversando e rindo e você já pensa que estão rindo de você, sem nenhuma evidência para tal.
5- Pensamento catastrófico: É quando você superestima as chances de um desastre. Espera que algo insuportável ou intolerável vai acontecer. Ex: A minha aula vai ser horrorosa, as pessoas vão me criticar. Se eu namorar ele vai me trair e vou sofrer. O chefe me deu uma tarefa e se eu errar ele vai me demitir.
6- Pensar que os sentimentos são a verdade: É quando você sente algo e pensa que aquilo é uma verdade e não apenas um sentimento. Ex: Me sinto fracassado, portanto sou um fracasso. Me sinto inadequado, portanto sou inadequado. Me sinto perdido então a situação não tem solução.
7- Leitura de mente: Achar que pode ler a mente das pessoas, sem verificar comportamentos e provas. Ex: Ele pensa que eu sou estúpido. Na entrevista o entrevistador deve ter me achado um idiota... Graças a Deus temos, pelo menos ainda, liberdade no pensamento, não temos bola de cristal e não temos como ler a mente do outro. Então quando estiver dando um (a) de vidente, alerta vermelho é um formigão.
8- Prever má sorte: Você espera um resultado negativo e já supõe que é um fato estabelecido. Cuidado porque nossas profecias negativas podem se auto-cumprir. Ex: Eu sempre fui assim, não vou ter como mudar. Você pensa que não vai funcionar e nem se dá a chance de tentar.
9- Pensar "deveria", "tenho que", ou "tenho de": Cuidado com a rigidez, se guiar por regras assim transforma seu interno em uma panela de pressão. Desenvolva mais flexibilidade. Você não tem que nada, VOCÊ PODE!!!
10- Ampliação / Redução: É quando você tem uma tendência a exagerar a importância da informação ou das experiências negativas, enquanto banaliza ou diminui a importância da informação ou das experiências positivas.
Pronto!!!
Está aí uma teoria que pode te ajudar. Mas não fique só na leitura, pratique!
Se dê a chance de experimentá-la. Observe-se, assuma a liderança da sua vida!
A notícia boa é que você é dono (a) de seu próprio castelo, da sua mente e pode mudar seus pensamentos. É só praticar autoconsciência e mãos à obra. Mude! Perceba a formiga antes da infestação do formigueiro. Pense coisas boas.
Entenda a mensagem, dê nome, acolha as suas emoções, canalize-as produtivamente e deixe-as ir... A Sofia Bauer tem alguns CD's excelentes que nos ajudam com as emoções.
Emoção é como água, se ficar parada dá lodo, girino e pode ser fonte do mosquito da dengue!!!
Vamos criar mais bem estar e saúde em nossas vidas!
Muita alegria e um grande abraço!
Keli
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Quer escola melhor do que a vida?
Tem uma frase que fala... Aprendemos pelo amor ou pela dor... Penso que aprendemos com a dor e com o amor... A dor nos faz sair do lugar desconfortável e o amor nos acolhe... nos cura...
Nossas experiências do passado são jóias que nos enriquecem no presente, mas não podemos adotar uma postura de justificar nossos problemas atuais em função dos sofrimentos passados... Sou assim porque minha mãe isso... Meu pai aquilo... Meu irmão, minha professora... Minha infância foi sofrida e por causa disso não consigo isso ou aquilo... Essa bengala pode justificar, mas não nos traz bem estar, não nos ajuda a ficar bem. É preciso utilizar essas aprendizagens do passado para construir um presente mais significativo. Quanto mais difíceis as experiências que tivemos, maiores são estes aprendizados...
Castañeda tem uma frase boa pra nos ajudar com isso: “Há muitas coisas que uma pessoa pode fazer, em determinado momento, que não poderia ter feito anos antes. Essas coisas não mudaram; o que mudou foi a idéia da pessoa sobre si mesma.”
Podemos escolher ficar presos aos sofrimentos do passado ou nos libertar para viver no presente com o que ele pode oferecer. O presente é cheio de possibilidades, está aberto para que possamos vivê-lo e pronto para ser usufruído.
O que a gente faz então com os momentos difíceis do passado, com nossas histórias de mágoa que nos acompanham e ficam se repetindo?
Como disse Jung o que a gente mais resiste, persiste...
O que fazer para viver o novo, para enxergar as novas possibilidades?
Como nos livrar do vício das mágoas guardadas?
Eu não sei onde aprendi isso, mas guardar raiva é como tomar veneno e esperar que o outro morra...
De acordo com Teresa Robles não temos como mudar a história que vivemos no passado, mas podemos mudar nossa história íntima. Podemos acolher a parte em nós que foi magoada e deixar as feridas emocionais cicatrizarem. Achando que estamos nos protegendo vamos tampando as feridas e deixando-as abertas com medo de sofrer de novo...
Mas isso não ajuda em nada porque nossa mente vai continuar atraindo experiências que nos lembrará a ferida tamponada até que tenhamos coragem de enfrentar a dor e deixar cicatrizar... Cicatrizar não significa deixar que nos magoem de novo, vamos nos lembrar do ocorrido, mas sem dor, com mais força, mais entendimento e sabedoria. “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”.
Eu sei que às vezes a pessoa vive experiências tão doloridas que fica difícil, sozinho (a) curar as feridas, se esse é o seu caso, procure ajuda de um profissional, você não precisa ficar sofrendo... A gente veio ao mundo para ser feliz essa é a verdade! Existem muitas técnicas que podem ajudá-lo a reencontrar sua natureza.
Eu tive uma infância privilegiada. Não que não tenha tido problemas e sofrimentos porque tive muitos... Mas somando todas as aprendizagens o saldo foi mais do que positivo. Morei em uma casa com um imenso quintal que tinha o pomar mais rico do mundo. Eu estudava em cima de um pé de jabuticaba. Usava o chão de terra como lousa. Lia as lições e com um pedaço de galho de árvore brincava de ser professora e ensinava o que tinha aprendido na lição. Há pouco tempo minha amiga Valéria disse que sempre que tinha prova ela ia lá estudar comigo porque eu ensinava bem...
Neste quintal eu fiz o velório e o enterro de todos os gatinhos e cachorros que tive e amava. Neste quintal brinquei de casinha, de teatro, de dar aulas e aprendi as lições mais variadas...
Eu poderia optar por continuar sofrendo pois meus pais brigavam muito, porque me sentia sozinha, porque isso ou aquilo, porque com 11 anos tive reumatismo e tive que fazer um doloroso tratamento com benzetacil até os 18 anos... Tomava uma injeção por semana, cada semana em uma banda do bumbum... Mas ganhei o livro da Pollyanna e adotei a estratégia dela. O quintal era meu refúgio quando a briga era grande. E quando ia toda semana à farmácia tomar injeção ia andando e administrando o medo...
Pensava no começo do caminho... Quando na volta, já estiver aqui, o líquido da injeção já terá se espalhado e não vai doer tanto mais... Andava mais um pouco e pensava... vai passar rapidinho... Vou ter uma semana de folga... Quando eu vir já terá passado... E assim driblei a dor por muito tempo...
Definitivamente não é inteligente ficar maldizendo a vida... É mais sensato fazer o melhor com o que não foi tão bom, decidir trilhar o caminho do amor, do coração... E isso me lembra de novo Castañeda:
“… Tudo é um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é mais do que um caminho; se achar que não deve seguí-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância. Para ter uma clareza dessas, é preciso levar uma vida disciplinada. Só então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para si nem para os outros, em largá-lo se é isso que o seu coração lhe manda fazer.
Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho, e com propósito. Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se, e só a si, uma coisa. Essa pergunta é uma que só os muito velhos fazem. Dir-lhe-ei qual é: esse caminho tem coração?
Todos os caminhos são os mesmos; não conduzem a lugar algum. São caminhos que atravessam a floresta, ou que entram por ela. Em minha vida posso dizer que já passei por caminhos compridos, mas não estou em lugar algum.
A pergunta de meu benfeitor agora tem um significado. Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer a sua vida. Um o torna forte, o outro o debilita.”
Você já se fez essa pergunta hoje? Tem coração o seu caminho?
Se não, escolha trilhar o caminho do amor.
Se uma torcida ajudar, saiba que estou torcendo por você!!!
E plagiando meu primo Luttiano:
Abraços no coração!
Keli
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
VIVER CONSCIENTEMENTE
Cheguei ao aeroporto de São José dos Campos às cinco horas da manhã, meu vôo seria às seis horas. O nevoeiro estava muito forte e assim que fiz o check in fui informada que o vôo atrasaria em função do tempo. Entrei para a sala de embarque que fica em frente à pista de pouso e não conseguíamos enxergar um palmo a frente sequer. O comandante passou pela sala de embarque várias vezes e uma pessoa que estava ao meu lado perguntou a ele em uma destas vezes: - Então comandante, quando vamos poder voar? E ele respondeu: - Só quando o nevoeiro baixar, sem visibilidade não podemos sair do lugar. Depois de cinco horas de espera podíamos ver o pequeno avião que nos levaria e o contorno de algumas árvores que ficavam mais distantes... Quando tudo ficou mais nítido pude ver um grande poste pintado de vermelho e branco, se estivessemos em um navio, no mar, o chamariam farol, mas no aeroporto não sei que nome dão... Mas o farol que orienta e dá luz esteve sempre lá, mas não conseguíamos ver por causa da forte neblina.
Impossível não fazer uma correlação dessa metáfora ativa com a primeira atitude capaz de nos ajudar a construir nossa auto-estima saudavelmente: autoconsciência, viver conscientemente.
Não ter consciência de si mesmo é como viver em um nevoeiro, não dá para sair do lugar, não dá para se movimentar com propriedade. É como ficar a mercê do tempo. Não se trata de controlar tudo, pois a tentativa de fazer isso só pode dar dor de cabeça, mas de saber que mesmo nos momentos de neblina, mesmo nos momentos que precisamos esperar, há um farol dentro de nós capaz de nos guiar e nos orientar. Ter consciência disso nos traz serenidade, paciência, tolerância e calma.
Viver de maneira consciente é viver de maneira responsável perante a nossa realidade; e como disse Nathaniel Branden não temos que gostar do que vemos, mas precisamos reconhecer o que é e o que não é. Negar uma afirmação não vai torná-la falsa. Precisamos aprender com nossos sentimentos e para isso devemos fazer uso da razão, pensar, buscar conscientização, entendimento e clareza.
Precisamos voltar a atenção primeiro para dentro e depois para fora, ter consciência do nosso entorno. Viver de maneira consciente me coloca no caminho da lealdade comigo mesmo e conseqüentemente com os outros. Qual a realidade que estou criando? O que estou criando está de acordo com o que quero?
Praticar autoconsciência não só é uma auto-orientação como uma postura mental. Você está consciente das escolhas que está fazendo? Elas são coerentes? Ou você simplesmente evita pensar nisso. Olhar para fora parece mais fácil do que olhar para dentro e encarar nossas forças, nossas limitações, nosso lado generoso e nosso aspecto não generoso.
Quantas e quantas vezes reclamamos da vida como se fossemos vítimas das circunstâncias? Vamos parar com a vitimização porque tudo que nos acontece vem para que possamos nos conhecer melhor e dar um salto no que diz respeito a experimentação de nós mesmos. Somos 100% responsáveis pelo que concretizamos ou não em nossa vida.
Por que fulano consegue crescer profissionalmente e eu não?
Por que os outros se realizam e eu não?
Por que não consigo o emprego que quero?
Por que não tenho amigos?
Por que não consigo voltar a estudar?
Por que não consigo me relacionar com as pessoas de maneira saudável?
Por que alguns tem sorte e eu não?
O primeiro passo para ter essas respostas é avaliar seu sistema de crenças. As crenças moldam nosso comportamento. E muitas crenças que te guiam foram formadas lá na primeira infância, eram úteis naquela época, mas hoje já não são mais. De repente a gente acorda e percebe que está vivendo em um nevoeiro mental, que não sabemos mais o que queremos, quem somos, porque agimos desta ou daquela maneira e que precisamos parar para refletir sobre como estamos conduzindo nossas vidas.
Cada dia é uma nova oportunidade de se conhecer, de dar o rumo que queremos às nossas vidas. Jung tem uma frase que diz: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. E é isso mesmo...
Eu sei, às vezes, temos tantos problemas que acabamos por achar que não tem jeito, que não há tempo para essa história de reflexão sobre si mesmo. Que esta história de auto-ajuda é bobagem, que a gente tem que seguir lutando, a vida é uma luta e assim por diante... Isso me Lembra Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”...
Prefiro acreditar que a vida é uma conquista e que cada obstáculo, cada pedra no caminho nos serve para nos tornarmos melhor, mesmo que doa, mesmo que desanime...
E que tal usar a pedra no caminho como lugar pra sentar, descansar um pouco e ficar mais consciente de tudo a respeito de suas ações, propósitos, valores, crenças e quando tiver esses dados você pode seguir viagem usando estes novos conhecimentos.
Uma vez perguntei para uma cliente qual a cor que ela mais gostava e tão envolvida estava com as pedras como obstáculos que não soube me responder... Então passei um exercício pra ela, muito simples, era só responder algumas perguntas:
Qual a cor que mais gosto?
Qual é a sua comida preferida?
Você gosta de ler?
Qual livro mais gostou até hoje?
Você gosta de assistir TV?
Quais programas mais te interessam?
O que te deixa feliz?
O que te irrita normalmente?
Você se sente bem fazendo qual exercício físico?
O que você aprendeu sobre dinheiro na sua infância?
O que aprendeu sobre casamento? Sobre sexo?
O que aprendeu sobre relacionamento?
O que aprendeu sobre sucesso?
O que aprendeu sobre realização pessoal?
Como gostaria que estivesse sua vida agora?
O que precisa desaprender sobre carreira, relacionamento, sexo, sucesso, etc.?
O que precisa parar de fazer?
O que precisa continuar fazendo?
O que precisa começar a fazer?
E ela ficou surpresa ao entender que tinha muita coisa dentro dela que não sabia que sabia... E assim somos todos nós. Aquilo que damos atenção cresce. Então dê atenção a si mesmo (a) primeiro e comece a observar o seu ambiente. Tenha coragem de se conhecer e enfrentar o ser pleno que é, com virtudes e defeitos.
Essa história eu extrai do livro do Stephen Gilligan, “A coragem de amar”:
Certo dia, um homem aproximou-se de Ikkiu e perguntou: - “Mestre, por favor, o senhor poderia escrever para mim alguns ensinamentos da mais alta sabedoria?”
Ikkiu tomou de sua pena e escreveu: “Atenção”.
“Isso é tudo?, perguntou o homem.
Ikkiu então escreveu: “Atenção. Atenção.”
“Bem”, disse o homem, “realmente não vejo muita profundidade nisto que o senhor escreveu”.
Então Ikkiu escreveu a mesma palavra três vezes: “Atenção. Atenção. Atenção.”
Meio irritado, o homem exigiu: “O que essa palavra “Atenção” significa, afinal de contas?”
Ikkiu respondeu delicadamente: “Atenção significa atenção”.
E Milton Erickson tem uma frase que amo e vou finalizar este texto com ela:
“Há algumas coisas que você sabe e não sabe que sabe.
Há algumas coisas que você não sabe... Que sabe.
E quando você souber
Você será você mesmo”.
Que você abra sua visão no meio do nevoeiro, que veja o seu farol interno, que fique consciente de quem é, do que quer, do que deseja para a sua vida. Que realize seus sonhos e que tenha coragem de descobrir o ser maravilhoso que é, que tenha consciência de que é merecedor de tudo que há de bom na vida simplesmente porque existe!
Meu sorriso pra vocês!
Keli
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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