sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Estou só. Só como uma tartaruga sem casco. Como uma ostra com pérola. Como uma folha que se desgarra da árvore e voa no vento. Como uma flor no deserto. Como um peixe fora d´água. Como uma canoa abandonada. Como um trapo no chão. Como um pedaço de pão duro. Como uma ilha. Como um sapato usado sem par. Como um copo quebrado. Como um extraterrestre, como um intraterrestre. Como um passarinho sem ninho. Como um anel sem dedo. Como uma cesta sem frutas. Como um copo sem agua. Como uma taça sem cava. Só como um casaco de pele em Teresina. Como um biquíni na Russia. Como um sorvete derretido. Como um farol. É isto. Soy un faro. Encontrei a metáfora perfeita.

¨Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
gente é para brilhar,
que tudo mais vá para o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.¨

Vladimir Maiakòvski

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